terça-feira, 14 de setembro de 2010

por hoje não,


não, o telefone não vai tocar e eu não irei correndo desvendar os seus mistérios.
você não vai me dizer coisas gentis e prometer parar de quebrar meu coração três vezes por semana.
A sua voz não vai fazer meu coração tremer de dor e vontade. E quando você não me perguntar bobagens rotineiras com uma perspicácia ardente não vai me fazer desejar estar mais próxima de ti. Não mesmo.
As cartas esquecidas em cima da mesa não irão amarelar-se antes de você me esquecer
e aquela flor, que tão logo tornou-se a minha preferida, não vai secar antes que você arrebate a outras com o mesmo truque barato.
Você não me viu chegar tarde da noite, com as lágrimas secas nas faces, que já estão assinaladas pelo desespero por tão longo tempo.
Não, você não vai bater na minha porta e incomodar os vizinhos gritando que sente muito e que não queria que tudo tivesse acabado assim, ou até mesmo falando que quebrou seu próprio coração com o mesmo golpe que desferiu contra o meu.
Não, nada disso vai acontecer porque o telefone não irá tocar, e o que era nosso já se perdeu, esvaiu-se em fumaça há muito.
Mas não. É tudo invencionice de um subconsciente aleatório e fantasiado. Um lugar confortável para se terminar o dia, relembrando de coisas não acontecidas.

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